Seu Zé, o Matuto.
Seu Zé, O Matuto.
Seu Zé, antes de ser um nome masculino, diminutivo, carinhoso e familiar, ele aqui representa o respeito e valoriza um importante personagem da cultura brasileira, o habitante do campo, mesmo sendo ele (a) morador da cidade por opção, ou pelo histórico de mudanças nacionais, já que, saindo do centro de qualquer cidade brasileira, ou mesmo dentro dela, todo o resto é campo! Nome amplamente difundido na nossa nação, pela colonização portuguesa e pela herança judaico-cristã, seja ele sertanejo, caipira, caboclo, gaudério, urbano, ou qualquer hibridismos dentre estes e tão comuns por aqui. A sua figura torna-se muito importante na atual conjuntura que vivemos. O Matuto, segundo Seu Aurélio, primo distante do Sérgio que é papai do Chico, é quem vive no mato, na roça, é acanhado, tímido e desconfiado, dado a matutar, experiente e cogitabundo. Finório, sabido e matreiro. Aqui chamo de matuto todos os que intrepidamente matutam, pois creio na habilidade cognitiva que todo sistema vivo tem!
O seu Zé matuto, Brasileiro, de palavra em palavra, sugere e inicia esse escambo de saberes, pitacos e causos.
Vamos falar da nossa cultura, músicas e danças, trejeitos e hábitos, a cachaça, vamos dar pitaco na língua brasileira e na portuguesa também, na politicagem, não a partidária, de esquerda ou de direita, vamos sim é caminhar, há tantas possibilidades! Sem politiquetas! Zombaria do zombeteiro. Vamos falar também da nossa realidade ambiental, a bioregional, a nacional e a mundial, e as possíveis soluções. Ufa!! Será possível? Vamos tentar? Vamos!
Seja muito bem vindo e Participe!
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Notícias Sapiens
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Mais um caipira foi viajar sob o som agudo do ponteio da viola.
Receberíamos neste dia 20 de fevereiro de 2010 no bar O Torto em Curitiba-PR, o caipira Pena Branca. Ícones da música de raiz sertaneja, estimados pela pureza e simplicidade das músicas tocadas e cantadas com seu irmão Xavantinho. Suas letras e toques retratam boa parte vida interiorana brasileira, das festas religiosas e arraiais aos ciclos da natureza e da agricultura. Pena Branca viajou ontem, mas o som da sua viola permanecerá! Pena Branca e Xavantinho : Uma toada Brasileira
Mais informações sobre a seqüência do evento:
Poeira
O carro de boi lá vai gemendo lá no estradão
Suas grandes rodas fazendo profundas marcas no chão
Vai levantando poeira, poeira vermelha, poeira
Poeira do meu sertão
Olha seu moço a boiada, em busca do ribeirão
Vai mugindo, vai ruminando, cabeças em confusão
Vai levantando poeira, poeira vermelha, poeira
Poeira do meu sertão
Olha só o boiadeiro montado em seu alazão
Conduzindo toda a boiada com seu berrante na mão
Seu rosto é só poeira, poeira vermelha, poeira
Poeira do meu sertão
Barulho de trovoada coriscos em profusão
A chuva caindo em cascata na terra fofa do chão
Virando em lama poeira, poeira vermelha, poeira
Poeira do meu sertão
Poeira entra em meus olhos, não fico zangado não
Pois sei que quando eu morrer meu corpo vai para o chão
Se transformar em poeira, poeira vermelha, poeira
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Notícia sapiens ecochata e biodesagradável.
A Viola Caipira e/ou Viola Brasileira
O mais antigo instrumento do cantador sertanejo devia ter sido a viola. Foi o primeiro instrumento de cordas que o português divulgou no Brasil. O século do povoamento, o XVI, foi a época do esplendor da viola em Portugal, indispensável nas romarias, arraiais e bailaricos, documentado em Gil Vicente e nos cancioneiros. Os padres catequistas ensinam os curumins a tangê-la. Era um dos instrumentos preferidos pela sua sonoridade, recursos e relativa facilidade de manejo. Instrumento de cordas dedilhadas, cinco ou seis, duplas, metálicas. É verdadeiramente o grande instrumento da cantoria sertaneja. Violeiro é sinônimo de cantador. Cada violeiro vitorioso amarrava uma fita nas cravelhas do instrumento depois de cada vitória nos desafios. Era um emblema de glória e ele narrava, pela ação de presença, a história dos embates ilustres. Cada cantador de outrora dizia, sem vacilar, a origem de cada fita que voava desbotada e triste, amarada na viola encardida. Uma viola assim enfeitada era o sonho de todos os bardos analfabetos. As violas enfeitadas eram troféus, consagrados e invejados. O padre Fernão Cardim cita-a abundantemente no Brasil. A orquestra típica das festas jesuíticas era a viola, o pandeiro, o tamboril e a flauta. Animador dos bailes populares em todos os quadrantes brasileiros. Recebendo da Espanha o violão, como a viola vulgarizada pelos mouros, o português denominou-a no aumentativo de viola, o instrumento-rei. O português levou-a a todas regiões coloniais, integrando-a na cultural local, até na Polinésia. Dá nascimentos a vários formatos e nomes, mas a fonte é indiscutível e legitima. Pelo sul e centro do Brasil mantém seu domínio soberano. Queluz (Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais). Possuiu quinze fábricas de viola. Quase todos os autos e bailes do sul e Centro do Brasil, Rio grande do sul e Rio de Janeiro, obrigam a viola.
O texto acima é uma mescla extraída em partes de dois livros do autor potiguar Luis da Câmara Cascudo, o primeiro é o livro Dicionário do Folclore Brasileiro, pag. 791. Ed Itatiaia. O segundo, Vaqueiros e Cantadores, pag. 192-193, que foi editado pela Editora Global.
Em Breve mais um texto sobre os diversos tipos e nomes de violas e suas diversas afinações regionais Brasil adentro e Brasil afora.